segunda-feira, 15 de junho de 2015

Tudo na minha vida é canto

Isaac Levitan


Tudo na minha vida é canto
E vagueio nas esquinas
De minha poesia.
Dobro, lá nos versos
Que componho, por outra rua.
De cima das sacadas
Observo a mim mesmo,
Transeunte da vida
A caminhar perplexo.
Não que me espante do mundo
E de tudo aquilo que é,
Mas de mim mesmo
Por tudo que é devir.
Nada que sou é excepcional,
Porém normal,
Assim, aquela pedante normalidade
Da vida contumaz o é.
Não sei se me embriago,
Ou vivo a alucinação de viver.
Não sei se poesia,
Ou a dimensão da clausura de existir.
Nada sei.
Em mim nada é decisão,
Sempre é tormento,
Possibilidade e nada.
A maior de minhas regras
É duvidar de tudo.
Sou um porco.
Desculpem-me eles,
Mas porco na conotação.
Fico aqui pensando
Em quem se dá ao trabalho de ler meus versos...
Que são poesia
É claro.
Contudo, quem suporta
A ignomínia de um desfilar de atrocidades?
Pois que rendida
Minha alma é só farrapos
E hoje sou travestido de miséria
E, pior, de falta de todo o senso.
Só me resta a poesia. Sim.
Ela é o que sou.
O meu pranto,
O meu intenso suspiro,
Tudo o que alimenta
E me faz vivo estar.
Não há beleza na dor,
Muito menos na infelicidade.
Não, não há.
Mas há na poesia.
Ela toca, ela abre um rasgo
No peito da alma que a lê.
Ela é mil demônios,
Mãe de imensas heresias.
De arte tem pouco,
Tem mais de falácias.
Só o sabe o poeta
A tortura de tê-lo nascido assim.
Poeta e vil,
Encarnação do mundo inteiro.

S. Quimas

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Refletindo Sobre o Autoconhecimento

Nebulosa no Órion - Hubble


Fomos capazes de construir instrumentos que são capazes de perscrutar o espaço infinito. Contudo, não desenvolvemos — ou no mínimo, como humanidade, não nos dedicamos a tal com afinco — a capacidade de imergir em nossos espíritos e conhecer a profundidade de nós mesmos. Assim, permanecemos deserdados do autoconhecimento e nos saturamos de coisas exteriores, e, muitas vezes, nos sobrecarregamos de superficialidades e inutilidades.
Quanto mais distante de nós mesmos, mais difícil a nossa libertação das masmorras da ignorância. E, por tal, mais afeiçoados a nossos erros, mais corrompidos por nossos vícios e males.

S. Quimas

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sábado, 6 de junho de 2015

Para mim, você é como o sal

Tim Hall - Menino Solitário


À Meg Imbelissieri​

Para mim, você é como o sal
Que tempera o meu alimento
E, assim, aguça a fome,
O desejo a que não me contenho.
Até faço poesia, me torno sentimental.
E vou catando palavras,
Como menino, que na praia
Não atenta o mar,
Mas que busca na areia conchinhas
Para elas colecionar.
Não sei se esta poesia faz algum sentido.
Só sei da adoração
Que por ti completo tenho.
Só sei que é isso que importa.
Na morada de minha alma,
Toda a janela e toda porta
Se escancaram para ti.
Estes versos são pueris,
Mas são benditos,
Pois são versos de um menino,
Que só você
Fez de novo sorrir.

S. Quimas

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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Sucumbo na imensidão de teu carinho



Sucumbo na imensidão de teu carinho,
Na tua compreensão de minhas amarguras,
Da minha falta inequívoca de senso,
De toda a minha loucura atroz.
Elejo-te minha única esperança,
Aquela que se traduz em minha própria vida,
O meu Bem e o maior deles.
Enfim, nada maior que a Eternidade.
És punhal que me trespassa a alma,
És também no espelho do lago
A maior e mais divina calma.
Tu és. Assim... Tudo isso.
Para sempre, apenas e imensamente,
Meu amor.

S. Quimas